A Lua
Os primitivos olhariam para o céu e veriam a maior e mais brilhante estrela de todas. Sem uma Constelação atrás, porque não havia estrela grande o sufeciente para juntar-se a ela. As verdadeiras estrelas eram amiguinhas, inseparáveis até. Precisavam umas das outras e não conseguiam brilhar sozinhas. Maltratavam a intocável Rainha por sentirem inveja e ódio. Apesar disto tudo, a grande Rainha limitava-se a não dar troco algum e a continuar a brilhar mais brilhante e esplendorosa que todas as outras estrelas juntas. Sozinha, enorme, intocável...
Hoje em dia sabemos que a estrela-rainha dos primitivos não passa de um satélite do nosso planeta. Hoje em dia, a Imperatriz é considerada um planetazito muito pequeno e insignificante que precisa de emplastrar na Terra para sobreviver. Hoje em dia o que vemos no céu não passa de uma mentira. Uma ilusão do espaço. A Imperatriz da noite é uma Fraude. No Entanto, e apesar de lhe terem despido do seu titulo e perdido muito do seu "Glamour", continua a dominar os sonhadores. Continua a inspirar poetas e escritores, vagueantes e sonhadores, amantes e apaixonados em todo o mundo. Quem destruiu a imagem d'Ela não foram, nem de perto nem de longe, as estrelinhas com a sua difamaçãozinha. Quem destruiu a imagem d'Ela foram os homens que não sabiam sonhar. Os homens que na busca da verdade destruiram e exposeram muitos sonhos. As estrelas triunfaram porque Lhe foi tirado o seu estatuto. Os homens triunfaram porque voltaram a provar uma verdade e destruir um sonho.
Mas, e apesar disto tudo, apesar de ja não ser nada, apesar de não possuir qualquer gloria nem esplendor, Ela ainda brilha. E todas as noites, Ela sai e brilha, tão brilhante e prateada como sempre esteve, recusando-se a deixar que as criticas e o veneno de tudo e todos a matem. E assim foi e sempre será: de Imperatriz a Serva da Terra. De tudo para absolutamnete nada. Mas ela ainda brilha, tão brilhante como sempre, mais que todas as estrelas juntas. Sozinha, enorme...intocável.