The thoughts of Gusty

I write. I write because it gives me that little tingle in my temples... It allows me to rest my mind and move away from dark places... It has the same effect, more or less, of a scream... Screaming is, rather, a noisy irrational and more powerful way of writing... Sometimes writing will make me embrace sollitude more extensively... It allows me to bask in a state of quiet desolation in a more calm and copious manner... I write...

Monday, April 07, 2008

Ele - Decidi matar-me! Não, não tentem dissuadir-me que não vale a pena. É tarde demais para terem compreensão pelo meu caso. fui sempre um incompreendido. Agora já nem tento justificar-me. Nem sequer por este gesto. Este meu ultimo gesto...................Há dias tive uma incontrolável vontade de me ver livre de todos os trastes inúteis que tenho acumulado ao longo da vida, e comecei a pôr coisas no lixo: caixas, jornais, trapos, cacos, papeis...sei lá. No dia seguinte.......No dia seguinte tive um desejo incontrolável de reaver tudo. Apetecia-me vasculhar no lixo, encontrar coisas às quais me pudesse prender. Queria acorrentar-me ao meu passado. Queria morrer para todos os tempos e juntar-me para sempre às minhas memórias!
Raios partam a senhora do lixo, que levou a minha vida, como se de lixo se tratasse! Agora, só me resta matar-me

Ela - Talvez seja tarde demais para reaveres o teu passado, e quem sabe, talvez não tenhas forças para recordar-te de nada sem o que deitaste fora. Mas ouve-te! Achas que fazes sentido?
No teu presente estado, no teu presente juizo, pensaste bem no que estás a dizer?

Ele - Neste momento, nada faz sentido... Nunca nada fez sentido! E agora que já nada me resta para os outros se lembrarem de mim, só me resta partir, e levar todas as lágrimas, minhas e dos outros. Serei, como sempre fui, uma memoria da qual ninguem se lembra....

Ela - (num tom repreensivo) Que cobardia! Agarra-te ao chão, agarra-te ás paredes, agarra-te a esse caixote do lixo vazio! Agarra-te à etiqueta ou à tua devoção ao mundano! Se quiseres, chora, corta os pulsos e não durmas. Mas a morte é a saída para os cobardes e para os velhos. E tu não és nenhum dos dois! Portanto para lá com a birrinha! Anda, vamos embora. Temos que estar no restaurante às nove e meia, e ainda temos de ir pôr gasolina. Mexe-te!

Ele - Mas eu não quero ir! Diz-lhes que eu não pude vir, porque odeio-me e quero morrer!

Ela - Não vou dizer isso; eles sabem que tu, às vezes, pareces que és estupido! Isto é um jantar muito importante que está marcado à duas semanas, e não te vais cortar de maneira nenhuma! Suicidas-te depois.

Ele - (Suspira irritado, levanta-se do chão, veste o casaco e sai com ela) nem sei porque tento falar contigo! Raramente me ouves, e nunca me entendes!

Ela - (dando-lhe um beijo apaixonado) Eu tambem te amo...