Passo a vida a dizer que me vou expressar através da escrita, e muitas vezes as pessoas assustam-se com isso…Elas assustam-se, porque eu tenho tendência a falar muito alto, e assim de repente assusta. Mas depois do susto, dizem “Ya faz lá a tua cena”. A única coisa que é má em comprometer-me a faze-lo é que depois as pessoas ficam à espera para ler o belo trabalho….
Peço ao Leitor(a) a paciência necessária para o processo de criação, pois um grande artista precisa de um momento onde “visualiza” antes de criar. Os outros artistas (que não são grandes) também precisam, mas devem é “visualizar” o trabalho dos grandes artistas, e só depois começarem a criar a sua própria arte, que é para não sair asneira.
E depois, estou eu: O jovem que se tenta expressar pela arte, mas que desconhece com louvável ignorância qualquer técnica através da qual os seus devaneios possam se tornar algo mais que toscas linhas de prosa, para se tornarem um texto, ou um ensaio, ou qualquer coisa minimamente interessante. Portanto, peço ao Leitor(a) a paciência necessária…E é necessária bastante, porque sou o que demora mais.
Gostava de poder dizer que não ficarão desiludidos, mas prefiro ficar mas é calado, porque a vergonha e reprovação à qual o Leitor(a) me submeterá se as suas expectativas forem altas demais em muito superam a vergonha do silêncio. E o Leitor(a) tem sido bonzinho e tudo, pois não só esperou até agora, como já leu 4 parágrafos de totais inutilidades. O leitor(a) acaba de desperdiçar 2 minutos da sua vida, que jamais terá de volta, a ler esta idiotice. Sinto-me imensamente lisonjeado, e apetece-me demonstra-lo escrevendo um texto. Mas em virtude do altruísmo do amigo Leitor(a), que esperou o tempo necessário para ler um texto que tinha “fraquinho” escrito na testa muito antes de se aperceber que estava a ser escrito, vou poupar-lhe a pérfida experiência, e vou antes ler trabalhos líricos a sério, escritos por grandes artistas, para ver se aprendo algo; O meu caro Leitor(a) pode agora ir à sua vida (que, claramente, não é isto) com a consciência tranquila que não feriu os meus sentimentos. Estou-lhe imensamente grato pelo seu sacrifício, e não o sujeitarei a tamanho infortúnio tão cedo .....................................
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… Agora que o Leitor(a) se foi embora, isto pode muito bem ser o descalabro total, que mais ninguém se magoa!
Eis a parte do devaneio onde posso escrever asneiras e blasfémias e vitupérios mil, enquanto assassino a língua portuguesa, descrevo detalhadamente a destruição (bastante gráfica) das coisas que não me agradam, insulto descaradamente pessoas aleatórias e faço, de uma maneira mais ou menos geral, figura de parvo. O Leitor(a) foi embora, e levou todo o decoro e elevação do devaneio, e entretanto, também me roubou o restinho de vergonha que guardava na cara, de modos que agora não tenho mesmo nenhuma.
Aliás, visto que já não está ninguém a ler isto e logo não preciso de escrever nada interessante, posso ir mais longe ainda, e posso insultar o leitor directamente!! Ha Ha ……………………………………….. Mas, para grande desapontamento da minha costela mais mesquinha, e por respeito ao Leitor(a), que até é boa pessoa, Não vou fazer nada disto, e vou antes dormir…
Luís Gustavo
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